Li Wei
A tela ficou preta.
Por um longo momento, continuei olhando para o meu próprio reflexo no celular escuro, a imagem de um homem com uma expressão vazia e chocada. A palavra final dela, —sozinha—, ecoava no silêncio ensurdecedor da minha suíte de hotel em Londres.
Ela desligou.
Siena Amoretti Dal, a mulher que era uma tempestade de paixão e fúria, a mulher que eu amava com uma intensidade que me assustava, havia desligado na minha cara. Havia cortado a linha que era minha única conexão com a sanidade.
Minha primeira reação foi raiva. Uma fúria impotente contra a distância, contra o Sindicato, contra ela por não entender que cada grama do meu ser estava focada em mantê-la segura. Eu queria jogar o telefone contra a parede, quebrar alguma coisa, gritar.
Mas a raiva evaporou tão rapidamente quanto surgiu, deixando para trás apenas um vazio gelado e doloroso. Ela estava certa. Quem era eu para dizer a ela o que fazer? Eu, que estava a milhares de quilômetros de distância, vivendo em