Alejandro Albeniz
O ronco do helicóptero preenchia meus ouvidos, mas tudo que eu realmente ouvia era a batida lenta e precisa do meu próprio coração. Voar à noite tinha seu charme. A escuridão engolia tudo, o mundo lá embaixo virava um borrão invisível e, por cima das nuvens, eu era Deus. Era isso que eu gostava: controle absoluto. Invisibilidade. Liberdade.
Ela estava ao meu lado, toda montada numa ideia de que nem era minha. Camisola sexy, fina como papel, rendas nos lugares certos, meias presas nas coxas... um cenário quase teatral. Quase pornográfico.
Mercês.
Confesso que se eu fosse um tipo diferente de homem, talvez até a visse nesse momento com outros olhos. Mas com tudo o que ela já me fez passar nessa vida, era impossível. Eu a odiava com todas as minhas forças.
Ela achava que ia me dominar com sensualidade. Coitada. Não fazia ideia do que estava acontecendo — e isso, por si só, já era excitante.
— Você está muito quieto. — ela comentou, com aquele tom atrevido de quem se ac