Alejandro Albeniz
Me peguei perguntando: O que eu queria, afinal? Que Ximena apenas sorrisse, passasse a mão na barriga e dissesse: “Ok, amor, vou te esperar como uma samambaia, parada, o tempo que for preciso?” Sim. Se eu fosse honesto comigo mesmo, era exatamente isso que eu gostaria. Mas sabia — sabia muito bem — o quanto essa situação era cruel. Estava deixando para trás a mulher que amava, grávida de nosso filho. Um pedaço de mim morria por dentro cada vez que pensava nisso. Ainda assim, não podia hesitar. Enfrentar Mercês, fazê-la pagar por tudo o que fez, recuperar o patrimônio que era meu por direito e a nossa liberdade… essa era a minha missão de vida agora.
Já se passaram alguns dias desde que deixei Ximena. E nesses dias, encarei o olhar frio e julgador da senhora Clara, mãe dela. Mas foi o senhor Pedro, homem de negócios respeitável e pai de Ximena, quem mais me confrontou com o silêncio. Contei a ele tudo — sem floreios, sem esconder as dores. Revelei meus planos, minha