59. PAI DE QUEM?
DANNA PAOLA MADERO
Amedrontada, ignorei toda e qualquer coisa que estivesse sentindo e me agachei no chão para apanhar as frutas vermelhas e roliças.
— Eu disse que você é fraca! — Se agachou e também veio catar as maçãs.
Levemente irritada, a respondi áspera:
— Esse é meu primeiro dia e isso foi um acidente. A senhora não me conhece o suficiente para julgar apenas pela minha estrutura corporal. — Embora eu realmente estivesse mais magra que o normal ultimamente, meu apetite havia diminuído drasticamente.
A mulher parou por uns estantes com os olhos estreitos e enrugados, fixos nos meus. Podia jurar que iria arremessar na minha testa uma das maçãs que apertava nas mãos até os dedos grossos ficarem brancos.
Pensei que ia a ouvir gritar comigo como vi fazer com o neto, mas não. Ela continuou catando o que faltava.
Em silencio, a ajudei a terminar, e no fim, levantei e desatei o nó do avental.
— Para onde vai?
Acabei de perceber o obvio também, que aquele trabalho não era para mim.