Mundo ficciónIniciar sesiónEle cresceu e a viu crescer aprendendo a ser um irmão, no começo ele adorava implicar com ela, ela não o entregava para os pais, mesmo quando ficava realmente assustada ela fingia que nada aconteceu e se trancava no quarto. Ela era a desculpa perfeita pra tudo e o melhor álibi também.
Ele a viu crescer, viu se tornar uma garota bonita, apesar das roupas e do cabelo sempre preso, mas então percebeu que deveria ter ela mais por perto, ele a levava ao cyber, aos jogos, e até a festas, ele já deixava todos avisados que ela era sua irmã e ninguém tinha permissão nenhuma pra chegar perto dela. No começo foi fácil, ela era ainda uma menina, mas com o tempo os garotos começaram a perguntar se podiam levar ela tomar sorvete, ou simplesmente sentar com ela (mesmo ela sempre vestindo roupas largas e discretas que podia levar a acreditar que ela era um menino), a resposta era sempre não, alguns diziam que eles não eram irmãos e que ele podia facilitar pra eles as coisas, com esses ele cortou os laços, porque em sua cabeça ela era de alguma forma sua. Ele sabia que era só esperar pois ela cresceria, faria faculdade e se casaria, e então ele não precisaria mais pensar no que os outros poderiam fazer com ela e talvez as ideias de sua cabeça também iriam morrer, mas por enquanto ninguém podia e nem tocar nela. Foi então que escondido atrás da porta escutou os pais falando sobre ela ir para a escola de meninas, e teve que se esforçar pra não cair e se manter indiferente. Ele nunca pensou que ela pudesse ficar longe dele por dias, muito menos por semanas, e isso não o agradava. Ele ficou sem dormir por dias, pensando o que poderia fazer, ele não queria deixar ela ir, mesmo que talvez era o melhor deixar ela partir. Ele resolveu que poderia deixar isso acontecer, afinal ele também iria para a faculdade e não poderia cuidar dela. Por enquanto ele manteria a rotina deles, e a usaria pra poder sair sem a cobrança dos pais. Com os anos ela aprendeu a sentar e ficar calada no cyber, não reclamava mais como fazia nas primeiras vezes, ele a olhava escondido e ela sempre estava lendo, pra ele isso era a tranquilidade, a alguns meses ele percebeu que devia compensar com refeições melhores, por isso ele a levava jantar, e isso também o ajudava a espantar as garotas grudentas que não sabiam que eles eram como irmãos. Foi naquele dia que ele percebeu que na verdade eles não eram, quando um de seus amigos sentou ao lado dela e começou a puxar conversa com um sorriso de dom Ruan pro lado dela, e a única coisa que passava em sua mente era que aquele Zé Mané não seria seu primeiro beijo. Então agora, após ter ela em seus braços, ele percebeu que ele precisava se afastar, porque ele não seria capaz de ter controle próprio quando estivessem sozinhos. Porque a sensação de ser tomado por uma explosão que o libertava e que ao mesmo tempo o prendia ele nunca havia sentido na vida, somente agora. Deitado em sua cama, ele precisava pensar no que faria, como iria ficar de olho em sua garota sem levantar mais suspeitas, e sem se meter em confusão e a única hipótese plausível veio a sua cabeça. Ele ligou o computador e começou a sua inscrição para a faculdade. Ela poderia ir pra escola de meninas, mas os fim de semanas ele a faria vir pra casa com ele. Assim ele ainda ficaria de olho nela e a teria somente pra ele por um percurso de quase duas horas, então ele dormiu satisfeito. Ela entrou em seu quarto nas pontas do pé, e deitou ao seu lado embaixo dos lençóis, "eu quero mais primeiras vezes com você", ela o beijou primeiro, ele puxou aquele cabelo negro pra trás, só pra poder fazer um jogo de corpo e ficar por cima, e acabou se desequilibrando. Acordou sozinho, no chão de seu quarto, suado e com uma parte do corpo bem desperta. "Droga". -Bom dia Ian, sua mãe e irmã foram fazer compras, o que você acha de começar a fazer o churrasco? Ele gostava do pai, ele era calmo, se importava com ele de verdade e fazia a sua mãe muito feliz. Os dois tinham muitos gostos parecidos, ele era paciente com ele e várias vezes o defendeu na escola, e era o pai da única pessoa capaz de fazer virar o seu mundo. -Uau, vocês duas estão espetaculares...-ele olhou na mesma direção do pai e lá estava ela, de cabelo solto, negro como a noite estava um pouco mais curto, ela usava um vestido azul escuro e sapatos pretos, se antes ele já não sabia como evitar pensar nela, agora que ela estava vestida como uma garota e realmente ele teria sérios problemas.






