Mundo ficciónIniciar sesiónEla sabia que só precisava deixar o tempo passar, a dor não sumiria, mas a vida precisava continuar, sua mãe gostaria que fosse assim. Ela começou a ir na escola, a fazer várias atividades, a sair com Rita, que era a sua companheira e que cuidava muito bem dela.
Seu pai estava sempre ocupado, mesmo assim ela sentia a sua presença a noite em seu quarto. Ian ia pra escola em turno contrário ao seu então ela não se preocupava muito, exceto nos fim de semanas onde ele parecia adorar implicar com ela, escondia seus livros, vinha até seu quarto a noite e a assustava e até dizia aos pais que a levaria tomar sorvete, mas a fazia ficar esperando ele jogar em um cyber até bem tarde. Mas estava tudo bem, ela só precisava aguentar, ela cresceria e logo poderia ficar longe dele, ela tinha planos pra isso, e o primeiro já iniciaria no próximo ano. E seus quatorze anos chegaram, dois anos que passaram voando. Ela estava sentada em um banco de espera do cyber, enquanto seu irmão estava jogando, o bom é que com o tempo ela passou a gostar desse momento, ela escutava música e lia, na verdade ela pensava que se ela fosse dar uma volta ele nem notaria, mas ela não tinha vontade de ver nada naquela vizinhança. -Oi, posso sentar do seu lado? - um dos amigos de jogo do irmão que era um garoto alto(não tanto quanto Ian), magro e de grandes olhos azuis sentou ao seu lado- o que você está lendo? -Poderoso chefão. -ela não sabia o porquê desse interesse repentino. O garoto nunca falou mais que oi e tchau. -você não quer tomar um sorvete comigo? -ele realmente tinha um sorriso maravilhoso. Quando ela iria agradecer e educadamente recusar, sentiu alguém ao seu lado. -Ela não pode sair sem mim, JP. Tá tentando me distrair do jogo, tentando sequestrar a minha irmã? -ela não sabia como Ian havia chegado e sentado entre os dois. -vamos embora maninha. Ela foi puxada por ele, pararam pra comer uma pizza e refrigerante, nos últimos tempos ele estava mais atencioso nessa parte, ela já havia comido pizza, cachorro quente, frango crocante, lanches e até comida chinesa, era prêmio melhor que sorvete por ficar às vezes mais de quatro horas esperando ele no cyber. -Lis, você vai pra escola interna? -ela fez que sim com a cabeça, ela sabia que a família ainda não tinha se reunido pra falar sobre o assunto, mas não era segredo- minha mãe vai sentir muito a sua falta. -Eu volto em alguns fins de semana e feriados. E ela vai alguns pra lá, nós duas já combinamos. - E eu? eu também não cuido de você?- ele arrumou um fio de cabelo que estava fora do coque. Ela sabia que os garotos não a incomodavam porque tinham medo dele, sabia que as garotas eram gentis porque queriam se aproximar dele. Apesar dele a forçar sair em cybers, ou ir ver seus jogos ele realmente era um ótimo escudo. Agora já fazia um ano que ele não aprontava peças, apenas a fazia lavar seus tênis ou cozinhar quando não podia deixar as empregadas contar prós pais a hora que chegou ou por onde andou. -Agora talvez seja a minha vez de cuidar de mim. Ela percebeu que ele não ficou feliz com a resposta, talvez porque ele perderia a melhor desculpa pra sair quando quisesse. Eles caminharam para casa, seus pais haviam ido em uma festa da empresa, como de costume ele foi para o quarto provavelmente jogar, ela sentou no jardim pra ver um pouco a lua e seus gatos, ela sentiria falta do jardim. Depois subiu para o seu quarto, tomou um banho bem demorado para relaxar os músculos, colocou um camisetão que chegava em seus joelhos e quando saiu do banheiro deu de cara com Ian. -Pensei que você já tivesse parado com essa brincadeira de assustar a noite. - ele sem falar nada caminhou em sua direção, e realmente agora a estava assustando, foi quando ela parou contra a parede -não tem graça Ian. -Não é pra ter graça, Lis, você já foi beijada? -ele se abaixou, a segurou firme, e sem deixar ela falar nada a beijou. Ela nunca havia sido beijada, era suave como uma gota de chuva da primavera, era doce e macio que nem um algodão doce, e trazia um frio na barriga como um final feliz de seus livros. Ela não percebeu quando o abraçou também, nem quando ele a ergueu pela cintura pra ficar mais alta. Ela sentiu uma explosão dentro dela. -Você, você não... você.. porquê... -Agora você foi beijada, eu não ia deixar qualquer um ser o seu primeiro beijo, aliás ser nada de primeiro seu, lembra de quando nos conhecemos? você é minha... Ele a beijou novamente, mas dessa vez ela sentiu explosões, na mente, na barriga, no coração e em outros lugares. -Para com isso... não tem graça essa brincadeira Ian... você não tinha esse direito... -Você não tem permissão de fazer isso com ninguém e nem dar conversinha fiada para outros garotos. -ele saiu de seu quarto e ela ficou com as pernas pesando toneladas e a cabeça rodando.






