Juliana ficou momentaneamente paralisada. Por um instante, ela forçou um sorriso tranquilo e respondeu:
— Eu considero o senhor Bruno como meu amigo. Não é normal se preocupar com um amigo?
Seu rosto parecia inabalável, mas suas palmas estavam úmidas de suor.
A presença de Bruno era sufocante, principalmente dentro do espaço apertado do carro. Rapidamente, Juliana baixou o vidro da janela. O vento da noite entrou, trazendo um pouco de alívio.
— É mesmo? — Ela ouviu Bruno perguntar de volta.
O tom dele era enigmático, tornando impossível decifrar suas intenções. Juliana sequer teve coragem de encará-lo diretamente.
Ela se esforçou para afastar pensamentos confusos e acenou afirmativamente.
— Sim. — Por fim, temendo que sua resposta soasse rígida e criasse um clima desconfortável, Juliana decidiu devolver a pergunta no mesmo tom que ele costumava usar. — Ou será que o senhor Bruno não me considera como amiga?
Bruno percebeu a tentativa de fuga e captou cada detalhe de sua inquietação.