Longe dali, em outro país, Gustavo bateu o telefone com força.
As olheiras profundas deixavam seu rosto ainda mais abatido, e a tensão agressiva em seu olhar fazia qualquer um ao redor instintivamente se afastar.
No fundo de tela e na tela de bloqueio do celular de Gustavo ainda estavam aquelas antigas fotos de Juliana, que ele havia tirado às escondidas quando estavam no ensino médio.
Comparada à Juliana de hoje, madura, cheia de espinhos, a garota da foto parecia pura e doce.
Seu rosto bonito não carregava maquiagem alguma. Os longos cabelos negros estavam presos num rabo de cavalo alto e impecável. Os olhos, voltados para ele, transbordavam sinceridade e alegria.
Os olhos dela curvavam-se num sorriso delicado, como uma lua crescente brilhando no céu noturno.
Por um breve instante, a tensão na testa de Gustavo suavizou. A nostalgia e o desejo em seu olhar eram tão intensos que quase pareciam palpáveis.
Com a ponta dos dedos frios, ele tocou suavemente a tela, como se tentasse, atravé