O Fim da Estrada
Ariana caminhava rápido — quase correndo — pela trilha que levava de volta ao centro de Carapá. O ar da noite estava pesado, úmido, cheio de sons de insetos e folhas se movendo.
Mas ela só ouvia uma coisa dentro da própria cabeça:
“Se você disser uma palavra, eu termino tudo.”
“Você ainda me ama?”
“Eu nunca amei ela. Só você.”
E, por cima de tudo isso, como se fosse tatuado na pele dela: O beijo de Samuel.
A mistura era sufocante.
Era errada.
Era deliciosa.
Era cruel.
Ela sentia que estava partindo o próprio coração — em duas direções opostas.
Quando saiu da trilha e entrou na rua principal, a luz dos postes finalmente iluminou seu rosto.
E ela percebeu que estava chorando.
Não de tristeza.
De confusão.
De exaustão emocional.
De um passado que voltou como um soco… e um futuro que estava batendo na porta.
Ela ergueu a cabeça, a pousada já estava perto. E foi só então — no momento em que avistou a varanda iluminada — que percebeu: Samuel estava lá.
Ele estava