Samuel não lembrava da última vez em que ficou tão inquieto.
Ele andava pela varanda da pousada de um lado para o outro, o corpo inteiro em tensão.
O céu escureceu devagar, as pessoas foram se recolhendo, a equipe jantou, conversou, riu… e ele não conseguiu prestar atenção em nada.
Porque Ariana não tinha voltado.
E ele sabia exatamente onde ela estava.
E com quem.
Cada minuto que passava era uma fisgada no peito.
Não porque ele não confiasse nela — confiava.
Mas porque confiar não anulava o medo de perder.
Não ela.
Não de novo.
Não depois de tudo que ele viu nos olhos dela quando a beijou.
Aquele beijo tinha sido… libertação.
Pra ele.
Pra ela.
Pra algo que estava preso há dias — talvez anos.
E ainda assim, ela tinha ido encontrar outro homem.
Um homem casado.
Quando percebeu que estava apertando o corrimão com força demais, ele soltou lentamente, respirou fundo e se forçou a sentar nos degraus da varanda.
Tentou racionalizar.
Tentou se convencer.
Tentou ser maduro, centrado