Capítulo cinco

Desirée

Entro no avião com destino a Brasília.

Estou morrendo de saudade dos meus pais.

Reflito sobre a minha infância e sobre os anos que se passaram até aqui.

Cresci em um lar cercado de amor e afeto. Meus pais sempre foram dedicados, zelaram pela educação e felicidade de meu irmão e eu.

Meu irmão Miguel é dois anos mais novo, durante a infância éramos companheiros inseparáveis, passávamos as tardes brincando no quintal. Meu pai construiu com as próprias mãos uma casa na árvore, ali tive alguns dos momentos mais divertidos da minha vida, e também momentos de inspiração, que já demonstravam os meus talentos profissionais.

Desde criança desenvolvi talentos artísticos, sempre fui talentosa com a arte no geral, principalmente desenho e pintura.

Meus pais possuem uma empresa enorme no ramo imobiliário de Brasília, quando fui contar a eles que fui aprovada em artes visuais no Rio de Janeiro, imaginei que eles seriam contra.

Para a minha surpresa fui acolhida, minha mãe me motivou a seguir os meus sonhos, aprendi que o dinheiro e o sucesso são só consequências de se fazer o que ama, mas não são o objetivo principal.

Com um misto de felicidade e tristeza fiz minha mala e fui para o Rio, onde tive quatro anos de muito aprendizado.

Após a graduação ainda permaneci por mais cinco anos na cidade maravilhosa, construí meu nome e legado no meio artístico. Expus meus quadros nas melhores galerias do Brasil.

Mas após todos esses anos, sinto a necessidade de voltar para casa.

Meus pais estão começando a envelhecer e não quero mais estar fisicamente distante deles.

Em Brasília continuarei trabalhando no que amo, mas próxima da minha família e das pessoas que tenho carinho.

No entanto, nem tudo são flores.

No período que estive distante meu irmão virou uma pessoa completamente diferente, desconhecida para mim.

Enquanto estava na universidade, ele foi trabalhar com o meu pai.

Nesse período ele desviou dinheiro, fez contratos falsos e cobrava juros que não existiam de seus clientes.

Ele roubou do próprio pai.

Não consigo explicar o que houve, simplesmente não parece o meu irmão.

Me pergunto se eu não percebi durante a sua adolescência seu comportamento mudar dessa forma, não percebi em que momento a sua moral foi desvanecida.

Não sei como vou reagir ao encontrá-lo, se vou conseguir perdoá-lo ou não.

Soube que ele fez direito e se casou. Soube porque não fui convidada em nenhum momento, nem para a sua formatura, nem para o casamento.

Acho que se tivesse sido convidada provavelmente não iria mesmo, então não fiquei magoada na época.

Meu irmão se afastou da nossa família, deixou uma lacuna no peito dos meus pais e esse é mais um motivo para a minha volta.

Quero oferecer todo amor possível para diminuir esse luto que eles têm vivido nesses últimos oito anos.

Durante a viagem de avião minha mãe me encaminha um convite, as maiores empresas de diversos ramos de Brasília foram convidadas para um evento de caridade local, suas doações serão entregues para três escolas públicas da cidade.

Particularmente, gosto muito de eventos de caridade, desde pequena meus pais sempre foram muito ativos nas causas sociais e é algo que faço com orgulho.

Já planejo qual será a minha doação e vestimenta da noite. Sei que assim que chegar na casa de meus pais minha mãe vai querer escolher junto comigo.

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