16. Entre cinzas e sombras , um amor em fuga
O estilhaçar do vidro da janela da sacristia foi o som da liberdade e da condenação de Leonardo. Caiu no terreno úmido e escuro da igreja, o corpo protestando com uma sinfonia de dores agudas – o braço ferido latejando, a perna atingida na Fazenda Bellini ameaçando ceder, e agora, múltiplos cortes dos cacos de vidro. Mas ele não parou. Atrás dele, ouvia os gritos de fúria de Rocco, o barulho de mais homens invadindo a pequena sala. As plantas do Banco Rossi, o precioso trunfo de Don Costello, eram agora apenas cinzas e fumaça, um sacrifício desesperado para comprar segundos preciosos.
Segundos para Sabrina.
Ele correu, mancando, usando as sombras das árvores centenárias do pátio da igreja e a escuridão da noite que se aprofundava como seus únicos aliados. Não sabia se Sabrina conseguira escapar pela outra saída, se o Padre Benício (cujo destino agora o preocupava) conseguira ou ousara ajudá-la. Seu único pensamento era se afastar dali, despistar a caçada que ele sabia ser inevitável, e