Abro os olhos devagar, ainda sentindo o calor do corpo de Samuel ao meu lado. Mas ele não está. O espaço vazio na cama me parece frio, estranho. O cheiro dele ainda está no ar, misturado ao perfume do lençol, e eu fico imóvel, tentando entender onde ele foi.
De repente, uma batida na porta me faz pular. Me enrolo rapidamente nos lençóis, como se fosse uma armadura frágil, cobrindo o corpo que ainda está quente e vulnerável.
A maçaneta gira devagar, e a porta se abre lentamente. Dona Helena entra, o rosto fechado, os olhos atentos demais, quase duros. Não é só o cuidado materno, há algo a mais, um segredo escondido naquela expressão rígida.
Ela me observa por um instante, como quem pesa minhas