O céu está limpo e o calor já começa a castigar, mesmo com o relógio ainda marcando pouco depois das nove. As árvores em volta do estacionamento balançam preguiçosas ao vento, e o portão do Parque dos Dinossauros brilha ao sol como uma promessa para o dia que Rigel esperou a semana inteira.
Enquanto tento entender no celular qual fila é pra retirada de ingressos e qual é pra entrada antecipada, sinto o ventinho quente bater no rosto e me pego olhando ao redor. Murilo já me avisou que tinha chegado, e agora só preciso achá-los.
Ao meu lado, Rigel salta de um pé pro outro, com a mochila de dinossauro nas costas e o boné virado para trás. Está elétrico, com os olhos brilhando, tentando enxergar o que tem do outro lado do portão.
Ouço a voz da Dona Helena atrás de mim:
— Espera só um pouquinho, meu amor — ela diz baixinho ao Rigel, segurando a mão dele —, a mamãe já vai saber onde a gente entra.
Agradeço com um olhar, ainda concentrada na tela do celular. A fila começa a crescer. Lá na fr