John
John nunca fora religioso. Mas, ao cruzar a entrada da imponente igreja, sentiu-se tomado por uma estranha reverência, quase desconfortável.
O barulho da cidade lá fora foi rapidamente abafado pelo silêncio acolhedor que reinava ali dentro. A luz que atravessava os vitrais projetava tons coloridos no chão de mármore, como se o tempo ali dentro fosse outro. O altar, majestoso em sua simplicidade, parecia convidar até mesmo o mais cético dos homens a uma prece.
Algumas pessoas estavam espalhadas pelos bancos, mergulhadas em oração silenciosa. Próximo ao confessionário, um pequeno grupo aguardava sua vez, entrando e saindo em silêncio respeitoso.
John se sentou num dos bancos, e pela primeira vez em muito tempo, esperou.
Olhou ao redor, sentindo o peso do ambiente e refletiu: “Era aqui que Elizabeth vinha buscar forças para suportar tudo o que eu causei?”
Quando o último fiel saiu do confessionário, John se levantou, respirou fundo e foi até o sacerdote. Por um momento pensou. “O q