— Ela comentou algo com a senhora? — perguntou John, tentando conter a ansiedade que escapava na voz.
A mulher à sua frente, uma senhora de expressão terna e olhos entritecidos, suspirou fundo antes de responder.
— Disse apenas que precisava se ausentar para resolver alguns assuntos pessoais… e que não sabia quando voltaria. — Fez uma breve pausa, levando a mão ao peito. — Ah, como nossa querida Elizabeth faz falta…
A partir dali, as palavras escaparam de sua boca como uma enxurrada. A voz era doce, mas o tom carregado de saudade.
— As crianças da aula de música perguntam por ela toda semana. Já não é a mesma coisa sem as canções que ela ensinava. Os velhinhos do asilo... — sorriu melancolicamente — estão inconsoláveis. Um deles me disse ontem que a última vez que sorriu foi quando ela tocou *Clair de Lune* para eles. Sabia que ela doou o próprio piano? Um instrumento belíssimo... E fez isso sem alarde, como sempre. Generosa, silenciosa...
John permanecia em silêncio, ouvindo atentame