— John… — sussurrou, ofegante.
O olhar dele, antes perdido, tornou-se gélido.
— O que está fazendo? — perguntou, com a voz baixa e cortante.
— Eu… eu estava preparando o café — respondeu ela, confusa, de olhos arregalados, com a respiração presa.
— Por que estava cantando?
— Eu gosto de cantar… — murmurou, quase inaudível.
Ele a encarou por um instante, depois disse com frieza:
— Não cante. — As palavras vieram como uma sentença. — Não quero ouvi-la cantando. Entendeu?
Elizabeth assentiu com um leve movimento de cabeça, engolindo em seco.
Mas seus olhos… seus olhos não se abaixaram. Havia medo neles, sim, mas também algo que John detestava nela: dignidade.
E isso o enfureceu ainda mais.
Ele queria quebrá-la.
Queria arrancar aquela máscara de boa moça, de esposa dedicada. Mas ela não estava quebrada. Ainda não.
John avançou, e Elizabeth recuou até se encostar na bancada. Ele colocou as mãos uma de cada lado dela.
Ela virou o rosto e fechou os olhos, tremendo pelo que poderia vir.
—