John
Já em seu quarto, John deixou-se cair pesadamente sobre a poltrona, os cotovelos apoiados nos joelhos e o rosto enterrado entre as mãos. As palavras de Steve ecoavam em sua mente com clareza implacável, como se cada sílaba fosse uma sentença. Cenas do casamento com Elizabeth invadiram-lhe os pensamentos, momentos que ele preferia esquecer, mas que agora voltavam como um punhal: o olhar ferido dela, os silêncios longos, o amor que ele recusava a enxergar.
— Oh, Deus… o que eu fiz? — murmurou, a voz falhando. — Será que um dia ela vai me perdoar?... Me ajude…
Levantou-se abruptamente, como se fugir das próprias lembranças fosse possível. Caminhou até o bar do quarto, abriu uma garrafa de uísque e começou a beber em silêncio.
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Elizabeth
As batidas insistentes na porta chamaram a atenção de Elizabeth. Não esperava visitas. Ao abrir, ficou surpresa ao ver Steve parado diante dela, parecendo ofegante, os olhos carregados de algo que ela não soube identificar de imediato — inquieta