THIAGO
Se alguém me dissesse há um ano que eu estaria aqui, sentado no sofá da sala com um bebê de quatro meses dormindo no meu colo e um amor tão grande no peito que às vezes parece até que vai transbordar, eu teria rido. Não com desprezo, mas com incredulidade. Eu não acreditava nisso. Nunca imaginei que pudesse sentir algo tão... imenso.
A casa tá em silêncio agora. Mirela tá no quarto, acho que dormindo, exausta depois de mais um dia intenso. Ela é uma força da natureza, essa mulher. Mesmo cansada, ela sorri, canta pro Lucas, cuida de tudo, e ainda encontra tempo pra me dar um beijo no meio da noite só pra me lembrar que a gente tá junto nisso.
E eu... Eu tô aqui, com esse pacotinho quente no colo, o coração disparado e uma vontade de chorar que vem do nada. Mas não de tristeza. É o contrário. É tanta gratidão que eu não sei onde colocar.
Nunca fui de demonstrar muito o que sentia. Cresci meio na minha, sem muita referência de família. Meus pais se foram cedo demais, e o pouco que