MIRELA
Acordei com a luz atravessando a cortina fina e um peso estranho no meu peito. Primeiro veio a sensação gostosa de conforto, o calor do corpo dele encostado nas minhas costas, o cheiro bom de sabonete caro misturado com desejo. Mas foi só abrir os olhos e lembrar de tudo que aquela sensação mudou.
Eu tava ali, nua, na cama do Lucas. A pele ainda quente dos toques da noite anterior. O gosto da vingança ainda na boca.
Só que agora, sem a raiva gritando alto, eu tava começando a sentir outra coisa: confusão. Um aperto no peito que me dizia que aquilo podia ter sido um erro.
Ele respirava calmo atrás de mim, o braço pesado por cima da minha cintura. E eu ali, deitada, sentindo o cheiro bom dele grudado em mim, mas sem conseguir relaxar de verdade.
Minhas roupas estavam longe, na lavanderia, dentro da lava e seca. Depois do banho, depois do sexo, Lucas tinha sido atencioso até demais — recolheu minhas roupas sujas, colocou pra lavar, trouxe uma toalha macia. Um contraste estranho co