14. Novos passos
— É seu, Gael. — minha voz saiu firme, mas com um peso que apertava o peito.
Ele não respondeu de imediato. Apenas me olhou — olhos arregalados, boca entreaberta, os ombros tensos. Por um segundo, imaginei que ele não tivesse ouvido direito. Mas ouviu. Ouviu cada sílaba. E engoliu seco.
— Meu? — a pergunta saiu arranhada, como se ele mesmo duvidasse da própria voz.
— Sim. Fiz o exame. Deu positivo. Você é o pai.
O silêncio entre nós foi como um vácuo. Nenhum carro passava na rua, nenhum som de criança no quintal. Era como se o mundo tivesse parado para ouvir nossa conversa.
Ele se afastou um passo. Depois outro. Passou a mão pelos cabelos, nervoso. Não era esse o momento que imaginei. Não queria lágrimas, nem súplicas, nem promessas. Só queria que ele soubesse.
— E por que só agora?
— Porque eu precisava de tempo. Porque você me afastou. Porque, por mais que doesse, eu precisei aprender a ficar de pé sozinha. E... porque eu não quero que ache que estou tentando te prender.
Ele franziu