11. ontem você me amava, hoje não.
"Eu… eu preciso ir…"
Foram as últimas palavras sussurradas por Gael naquela noite em que nossos corpos finalmente quebraram a barreira do proibido. Mas eu sabia, no fundo, que não bastava apenas ter o corpo dele. Eu queria mais. Eu queria o homem, o coração, o amor. E era exatamente isso que ele parecia incapaz de me dar.
Na manhã seguinte, o peso da noite anterior pairava sobre meus ombros feito um manto de culpa e dor. Não dormi. Meu corpo ainda pulsava pelo toque dele, mas minha alma… essa sangrava em silêncio.
Desci as escadas devagar, como quem carregava o próprio velório no olhar. As crianças já estavam acordadas, e, como sempre, me receberam com sorrisos sinceros.
E ali, naquele instante, me dei conta… eu não pertencia mais àquela casa. Nunca pertenci.
Meu coração estava em pedaços. Tudo doía.
Gael estava no escritório, eu sabia. Estava evitando me olhar, evitando tocar no que vivemos, como se pudesse apagar aquilo com o silêncio. Como se eu fosse a única a sentir.