Fernando Duarte:
A pergunta de Maya ressoa em meus ouvidos, seco rapidamente as lágrimas com a manga da camisa e forço um sorriso.
— Um cisco caiu no meu olho — minto, tentando parecer casual.
Ela estreita os olhos para mim, claramente desconfiada.
— E por que tá chorando? — Indaga, obviamente não acreditando no que eu disse.
— Não estava chorando — me apresso em dizer, tentando controlar a vergonha. Como fui tão descuidado, já não basta Laura me ver nesses momentos? — Apenas forcei meu olho a encher de água para poder fazer o cisco sair — improviso, tentando parecer convincente.
Ela continua me encarando, como se estivesse tentando ler a verdade em meu rosto.
— Funcionou? — Pergunta, ainda cética.
— Não... — admito, sentindo-me um pouco culpado por mentir para ela.
Maya franze a testa, pensativa, e então se debruça sobre a mesa, com uma expressão decidida.
— Vem cá — ela ordena, gesticulando para que eu me aproxime.
Olho para Laura, e ela apenas assente com um sorris.
Faço como Maya