Seis meses depois:
Fernando Duarte:
— AAH! — Laura grita, mais uma vez, e sua cabeça cai sobre o colchão.
Meu coração palpita forte em meu peito, seguro a sua mão, o nervosismo e ansiedade pulsando em cada célula do meu corpo. Forço um olhar tranquilo, mesmo que eu mesmo esteja gritando por dentro, mas preciso transmitir forças para ela, e gritar, não vai ajudar em nada.
O som do munitor cardíaco, o cheiro de antissépticos no ar, as instruções da médica obstetra o tempo todo mostrando como Laura deve respirar e a mandando fazer força, tudo isso é um borrão distante, meu foco está no rosto da minha esposa. O suor escorre por sua testa, seu peito sobre e desce rápido.
— Você está indo muito bem, minha dragãozinha. Estamos quase lá, quase.
Em resposta, Laura aperta a minha mão, as falanges de seus dedos ficam brancas de tão forte enquanto um grito estridente ecoa por sua boca. Vejo a determinação em seus olhos, a vontade de trazer nossos filhos ao mundo,