(Visão de Rafael)
Joguei o corpo na cama do hotel como se o colchão pudesse, por algum milagre, organizar o caos na minha cabeça. A polícia tinha me liberado faz poucos minutos, mas com aquela condição irritante de que eu precisava ficar no país até tudo ser concluído. Não adiantava bufar, reclamar ou tentar argumentar. Era aquilo e pronto. Alemanha por tempo indeterminado.
Levei a mão ao rosto, respirando fundo, quando o celular vibrou.
Era Ruan.
Atendi de imediato.
— Diz aí.
— Só pra te atualizar… tá todo mundo bem. — Ele começou, mas havia algo em sua voz, um peso estranho. — Ah… e mesmo você não tendo pedido, o segurança que tá de olho na sua assistente me enviou informação agora há pouco.
Me endireitei na cama, o cenho fechando na hora.
— Que informação?
— O marido dela apareceu lá. Ficou alguns minutos e saiu com uma mala de novo.
Meu estômago travou por um segundo.
— Aconteceu mais alguma coisa? — perguntei, já imaginando mil cenários.
— Não. — Ruan respondeu — Só isso mesmo. E