— Você precisa se comportar, Lorena. — Ela elevou o queixo. — Ser uma boa esposa. Ele te sustentou, cuidou de você e assumiu sua filha. Você tem a obrigação de ficar quieta e aceitar tudo.
Um riso amargo escapou mesmo.
— Ele tinha a obrigação de assumir a filha, dona Célia, não fiz a criança sozinha. E cuidar? Ele deu casa e comida. Mas amor? Respeito? Você sabe tão bem quanto eu que isso nunca existiu.
O rosto dela se contorceu, ficando vermelho de raiva.
— Você é uma imprestável. — Ela me olhou de cima a baixo, com desprezo puro. — Quem iria querer você, minha filha? Se olha. Acabada desse jeito. Só o Thales mesmo pra aceitar.
“Só o Thales?”
Uma imagem queimou dentro de mim, o olhar do Rafael, cheio de desejo, cheio de vontade.
O jeito como ele segurou meu rosto.
O beijo.
O calor.
Meu peito se encheu de uma coragem nova, até estranha.
— Pois saiba que eu quero, sim, me divorciar do seu filho — disse firme. — E não vai ser você nem ninguém que vai me impedir.
Ela apontou o dedo