(Visão de Rafael)
Cheguei mais cedo do que o combinado, mas Markus já estava lá, encostado na porta da sala de segurança com uma garrafa de café na mão e aquela cara de “vai ser um longo dia”.
— Atrasado — ele provocou, mesmo sabendo que eu estava adiantado.
— Vai te catar — respondi, empurrando ele de leve enquanto entrava.
A sala estava um caos organizado: com fios, notebooks, kits de câmeras, ferramentas que eu nem lembrava de ter comprado. Tudo separado exatamente como eu pedi. Esse era o lado bom do Markus, ele reclamava, mas fazia tudo nos mínimos detalhes.
— Bora começar antes que o povo da limpeza resolva dar uma passadinha aqui — ele disse, entregando o estojo com as câmeras extras.
Abri o estojo e respirei fundo. Pequenas, discretas, autônomas. Funcionavam com cartão de memória caso o Wi-Fi fosse cortado, já estava contando com isso. Se o desgraçado resolvesse aprontar, não ia ter buraco nenhum na gravação.
— Colocamos nos pontos cegos primeiro — falei, e Markus balançou a