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15. O tempo passa rápido demais

POV Lívia

Os dias passaram com um ritmo estranho. Tranquilos por fora, caóticos por dentro.

Gael não me procurava, mas também não sumia. Era como se pairasse à distância, orbitando minha vida silenciosamente, esperando... algo. E mesmo que eu não quisesse, meu corpo reagia.

Talvez fossem os hormônios, talvez fossem memórias que eu não conseguia apagar. Às vezes, bastava ouvir sua voz de longe ou sentir o cheiro do perfume que ele sempre usava pra minha pele se arrepiar, minhas pernas ficarem trêmulas e um calor inquietante se espalhar entre minhas coxas.

Mas não.

Eu não ia ceder.

Ele me perdeu.

E não era só uma questão de orgulho — era de amor-próprio.

Daniel estava presente. Em cada gesto, em cada conversa leve e atenciosa. Ele respeitava meus silêncios. E me fazia rir. Me fazia sentir que eu era mais que um corpo desejado. Eu era uma mulher. Uma futura mãe.

Na noite de sexta-feira, fomos ao cinema. Quando voltamos, ele encostou o carro em frente à minha casa e me encarou.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Pode.

— Você sente desejo por ele?

A pergunta foi direta. Sem amargura. Mas firme.

Suspirei. O peito doeu. A verdade me apertava como um nó.

— Sinto. Mas não quero. E isso faz toda a diferença.

Ele assentiu, engolindo em seco.

— Os hormônios, o passado... tudo mistura. Mas não significa que eu vá recuar. Eu sei o que ele me fez sentir — de verdade e de dor. E isso não se apaga. Nem se romantiza.

Daniel sorriu. Um sorriso cansado, mas sincero.

— Obrigado por não mentir.

— Você ainda quer estar aqui? Mesmo com tudo isso?

— Quero. Porque eu acredito no que você sente agora. E não no que sente contra a vontade.

[No Dia Seguinte – POV Gael]

Vi os dois juntos na porta da casa dela. Ele beijou sua testa. Ela sorriu. E, mesmo com o coração apertado, eu soube que havia perdido.

Mas, droga... por que ainda sonhava com o gosto da sua boca?

Por que a lembrança do corpo dela se curvando sob o meu me torturava nas noites frias?

Entrei no carro e bati a cabeça no volante.

— Idiota...

Eu quis odiá-la por ter seguido em frente. Mas a verdade?

Era eu que tinha ficado pra trás.

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[POV Lívia – Noite]

No banho, sozinha, o vapor quente me envolvia. Meus dedos deslizavam devagar pela pele sensível da barriga. E, quando fechei os olhos, foi o toque de Gael que minha mente traiçoeira invocou.

Mordi o lábio, irritada.

— Não! — sussurrei para mim mesma.

Mas o corpo já reagia. O ventre latejava, os seios doíam de um jeito novo.

A água escorria pelas minhas pernas enquanto eu mantinha os olhos fechados, tentando conter os pensamentos que insistiam em tomar forma. Mas era impossível controlar o corpo, principalmente agora.

Meus seios estavam mais sensíveis, a pele mais elétrica. Cada gota que deslizava pela minha barriga provocava arrepios que se espalhavam até as pontas dos dedos. E mesmo tentando pensar em Daniel... era o toque do Gael que surgia em minha mente.

O calor aumentava entre minhas coxas.

Deixei os dedos deslizarem pela barriga, devagar, contornando o umbigo. Suspirei alto. O som do chuveiro abafava o que estava acontecendo, mas meu corpo sabia. Sentia.

Quando meus dedos roçaram o centro do meu prazer, um gemido suave escapou.

Imaginei Gael atrás de mim, suas mãos firmes segurando minha cintura, sua respiração quente na minha nuca. A fantasia era um erro. Mas também era inevitável.

— Droga... — murmurei, lutando contra a imagem dele.

Abaixei a cabeça, encostando a testa no azulejo frio. Tentei focar em outra coisa. Em Daniel. Em mim. Em como meu corpo estava mudando... e precisava de cuidado. De alívio.

Minhas mãos se moveram mais rápido. O calor cresceu. Os gemidos ficaram presos entre os lábios.

E quando atingi o clímax — suave, contido, mas intenso — senti uma mistura de alívio e culpa.

Liguei a água fria e fiquei ali, parada, tentando voltar a mim. Era só desejo. Só hormônio. Não amor.

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No dia seguinte – Domingo (POV Gael)

Eu estava com Bianca. Sentado ao lado dela no sofá, vendo as crianças brincarem no jardim. Ela falava sobre planos para uma viagem, e eu apenas assentia, distraído.

Meu corpo estava aqui.

Mas minha cabeça... estava nela.

Na Lívia.

Na imagem dela rindo com o Daniel, ou pior, o abraçando com aquele jeito que ela só usava quando se entregava.

Aquele sorriso bobo. O olhar doce.

Bianca me tocou o braço. — Você tá me ouvindo?

— Hã? Desculpa, viajei.

Ela me olhou com pena. Bianca sempre soube que nunca foi ela. Sempre aceitou migalhas. Mas, naquele dia, percebi que até ela estava cansando de ser segundo plano.

— Gael... você tem que resolver isso. Ou você se entrega pra alguém de verdade ou para com esse jogo emocional. Não é justo pra ninguém.

Ela se levantou e me deixou sozinho com meus pensamentos.

---

Mais tarde – POV Lívia

Eu estava deitada, lendo, quando ouvi o portão se abrir. Daniel chegou com um lanche que ele mesmo preparou. Colocou sobre a mesa, rindo.

— Tive um ataque de romantismo. Não sei se são os hormônios por osmose... ou o medo de você me esquecer por causa de um arquiteto de meia idade.

Ri, tentando disfarçar o aperto no peito. Ele se aproximou, sentou-se ao meu lado no sofá, e pegou minha mão.

— Você sabe que não precisa decidir nada agora. Mas eu preciso saber... se eu tô competindo com alguém que você ainda ama. Ou só com uma lembrança suja.

A pergunta ficou suspensa no ar. Olhei pra ele, firme.

— Eu não amo o Gael.

— Mas ainda deseja ele?

Engoli seco.

— Desejo... às vezes. Mas não confio mais.

Ele me beijou devagar, como quem sela um pacto silencioso.

E naquela noite, enquanto dormia abraçada a Daniel, sonhei com Gael.

Sonhei com seus olhos queimando sobre meu corpo. Sonhei com ele me tomando contra a parede da cozinha, com raiva, culpa e paixão.

Acordei arfando. Molhada.

E pela primeira vez... tive medo do que ainda sentia.

Mas também tive coragem para enfrentar isso.

Porque agora, eu era a protagonista da minha novela.

o que estão achando da novela? espero vocês nos comentários, bjos!!

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