Eu e o Romeu havíamos nos perdido em meio as armações e mentiras do Arthur. No meu quarto, com Lourença do meu lado, acalmando Júnior, eu me queixava.
— Eu só queria a minha vida de volta! Por que eu tenho que ficar sem o meu marido, ainda mais estando grávida dele? Você não acha que ele já devia ter vindo buscar-me?
Lourença franziu a testa confusa.
— Mas não foi a menina mesmo quem dispensou o doutor? Ele saiu daqui com o rabinho entre as pernas!
Eu me sacudi nervosa, chorosa.
— Eu quero voltar pra casa, Lourença! Não quero mais ficar sem o meu marido!
Lourença ergueu as sobrancelhas.
— E o que a menina está esperando? Vá embora para sua casa logo! Vá cuidar do seu marido!
— Estamos divorciados, Lourença!— eu disse impaciente.
— Larga a mão de ser besta menina! E você acha que um papel vai impedi-la de ser feliz com aquele homem que mais parece um príncipe de tão bonito que é!
Achei graça o jeito da Lourença falar, mas ela tinha razão.