Eu fiquei sabendo que Romeu esteve me procurando e o  desespero aumentou.
  — Lourença, eu não vou aguentar ficar aqui, longe do Romeu.
  — Se acalme, menina, o seu pai sabe o que faz!
  — Ele quer me separar do meu marido, Lourença!
  — Ele conhece o sócio que tem, controle-se!
      Eu pensei um pouco, andando pela sacada do meu quarto até que tive uma ideia, e saí dali decidida. Lourença veio atrás de mim.
  — Vou pular o muro!— eu disse agitada.
  — Pular o muro! Perdeu o juízo, menina?
  — Eu já fiz isso na época de escola!
  — Sim, mas aqui tem seguranças!
  — Lá também tinha!
  — Você está grávida, Juliette!
       Me sacudi impaciente.
  — Ainda nem me sinto grávida, Lourença!
  — Isso não muda nada!
       Eu saí apressada até a porta.
  — Cuide do Júnior para mim, eu volto antes que o dia amanheça!
       Lourença não acreditou. Eu saí correndo na ponta dos pés, lhe deixando perplexa. Olhando para Júnior no berço, ela desabafou:
  — Sua mãe é uma desvairada!