Amélia Moreira
As palavras de Luna ecoavam em minha mente, formando um enigma doloroso:
"É sobre Inácio. Ele não é quem você pensa que é."
Fiquei confusa, o coração batendo mais rápido.
— O que você quer dizer com isso? — perguntei, sentindo um calafrio na espinha.
Luna se aproximou de mim, pegou minha mão e me conduziu para um quarto vazio da mansão. O ambiente estava escuro, a luz fraca da manhã mal penetrava pelas cortinas pesadas. Olhei para ela, a testa franzida.
— Bom... por onde eu começo? — perguntou Luna, mais para si mesma do que para mim, parecendo pesar as palavras.
Intervi, impaciente.
— Que tal pelo começo? — sugeri, a voz carregada de ansiedade.
Ela sorriu sem graça, um brilho estranho nos olhos.
— Sente-se. O que tenho para falar é sério e talvez você fique em choque — disse.
— Não vou me sentar; apenas fale logo de uma vez — digo, séria, cruzando os braços. A urgência em suas palavras estava me deixando tensa.
— Certo! — Luna suspirou, o sorriso desaparecendo. — I