A Ausência que Queima
O silêncio da mansão parecia amplificar a dor em meu peito. Desde que Gabriel foi levado, cada canto da casa se tornou um lembrete cruel da sua ausência. Caminho pela sala, os olhos pousando nas fotos espalhadas um sorriso aqui, uma gargalhada ali e tudo parece tão distante quanto inalcançável.
Ronaldo não me deu escolha. Quando anunciou que levaria Gabriel para uma "temporada" na França, prometeu que seria algo breve. “Apenas um tempo, Lara. Vai ser bom para ele. Vai estudar, conhecer uma nova cultura.” Mentiras bem articuladas, como tantas outras que aprendi a identificar tarde demais.
Na verdade, ele já havia decidido tudo com Raquel. Arrancaram meu filho dos meus braços sob o manto da legalidade, manipulando o sistema, aproveitando-se de um momento de instabilidade emocional que enfrentei logo após nossa separação.
Recordo do dia com clareza cruel:
Eu chorava, ajoelhada no chão da sala, enquanto Gabriel gritava por mim na porta do elevador. As mãos de