Foram vinte dias a bordo do navio, uma viagem longa e exaustiva. O cheiro de sal impregnava minhas roupas, e a monotonia do oceano só era quebrada pelo balanço violento das ondas em algumas noites de tempestade. O tempo parecia se arrastar, e a única coisa que me mantinha lúcido era o objetivo: Encontrar a avó de Ayla e obter respostas.
Mas a viagem de navio foi apenas o começo. Assim que chegamos ao vilarejo, a verdadeira provação começou. Não tínhamos nomes, apenas uma localização aproximada. Nos aventuramos por trilhas desconhecidas, cortamos matas fechadas, dormimos em cavernas frias onde o vento assobiava como se sussurrasse segredos antigos. Havia noites em que o frio nos cortava como lâminas, e outras em que o calor úmido tornava cada passo insuportável.
E durante todo esse tempo, eu sentia sua presença.
Hariel.
Sempre à espreita. Sempre me observando.
Não o via claramente, mas o pressentia. Como uma sombra atrás das sombras, um vulto que se esgueirava na minha mente, me fazend