O dia amanheceu cinza. Talvez fosse coincidência, talvez o universo estivesse de luto junto comigo. Eu mal preguei os olhos durante a noite, e quando Ethan bateu na porta, já sabia que era hora de encarar a realidade mais cruel da minha existência.
— Precisamos organizar as coisas para o funeral, Azrael.
A voz dele era baixa, quase cuidadosa. Mas não havia forma de suavizar aquilo. Ayla estava morta, e eu tinha que enterrá-la.
Assenti e saí do quarto. O silêncio entre nós não era incômodo, era respeitoso. Descobrimos que tentaram novamente contato com a família dela e conseguiram, mas a mãe dela disse que não tinha mais filha.
Eu não deveria me surpreender, mas o ódio me consumiu como uma chama ardente.
— Eles realmente abandonaram ela, Ethan. Até na morte. Como se nunca tivesse existido.
Minha voz saiu trêmula, carregada de raiva.
Ele suspirou, olhando para os próprios pés antes de responder:
— Eles não merecem a filha que tiveram. Mas ela teve você.
As palavras dele me atingiram c