AZRAEL
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O momento havia chegado.
A dor dela me cortava mais fundo do que qualquer espada celestial um dia poderia. Ayla se contorcia no colchão, o rosto banhado em suor e coragem. Eu segurava sua mão, e por um instante, desejei ter poderes novamente… só para sentir aquela dor com ela, dividindo cada centímetro daquilo.
— Está vindo.
Ela sussurrou, e mesmo em agonia, havia luz em sua voz.
Mas o mundo não estava pronto.
O céu escureceu repentinamente, sem nuvem, sem vento. Apenas o peso. O ar se tornou denso. Conhecia aquela sensação. O tremor na terra. O silêncio dos pássaros. O grito contido das raízes.
Eles estavam vindo.
Me levantei, instintivamente. Olhei para fora e vi... a sombra. Não era uma névoa. Não era uma tempestade. Era um exército.
Os anjos obsessores.
Todos eles. Irmãos. Companheiros. Portadores do mesmo juramento: destruir a pureza antes que ela floresça. A última tentativa de impedir o que estava prestes a nascer: Uma nova era.
Mas a flores