Laila estava com os braços cruzados e aquele olhar que misturava julgamento e curiosidade.
Ela era uma tempestade, e sua presença ali fazia meu peito se contrair. Não sabia se era alívio ou desconforto, mas era algo que me puxava para ela como uma maré.
Ela franziu a testa, seu olhar intenso fixado em mim.
— Azrael? Você lembrou quem é?
Eu queria responder. Queria contar sobre o sonho, sobre a garota, o navio, os gritos. Sobre como meu coração parecia reconhecer algo que minha mente ainda não conseguia alcançar.
Mas como explicar tudo isso sem soar ainda mais insano? Como dizer a ela que talvez o Gabriel que ela conhecia fosse só um pedaço de algo muito maior?
Suspirei e desviei o olhar.
— Não exatamente.
Fiz uma pausa, buscando as palavras.
— Eu tive um sonho. Uma mulher estava me chamando por esse nome. Azrael. Eu não consegui ver o rosto dela, mas... algo nela parecia tão real, tão familiar.
Ela permaneceu em silêncio, mas seu olhar não vacilou. Era como se ela estivesse tentan