Terminei de ajeitar minhas coisas com a minha tia.
Nada ali parecia certo.
Nada parecia justo.
Mas com Lucas… não existia justiça. Existia só ele.
A ordem que ele impunha. O medo que ele gerava. A falta de opção que ele fazia parecer escolha.
— Vai doer mais um pouco, minha filha… — minha tia disse, me olhando com pena e cansaço nos olhos.
— Já está doendo. — respondi, num sussurro engasgado.
— Dói porque você ama ele. E isso te machuca.
— O amor não era para doer.
— O amor verdadeiro não dói. Mas às vezes ele vem torto. Vem ferido. E a gente aceita… achando que é amor só porque mexe com a gente.
Fiquei em silêncio.
— Playboy te ama. Do jeito dele. Doente, obsessivo… mas ama. Pedro precisa dos dois. Ele precisa de paz. Nem que vocês tenham que inventar essa paz.
As palavras dela se arrastaram dentro de mim.
Pareciam fáceis demais para uma dor tão pesada.
Eu não entendia. E talvez nem quisesse entender.
Mas mesmo sem ter certeza de nada…
Eu voltei.
(…)
Entrei em casa e tudo