Cheguei em casa esgotada, doida por um banho. Estava me sentindo suada, grudenta e, acima de tudo, cheirando a leite. Tinha passado o dia todo fora, e Pedro, preguiçoso do jeito que é, mais dormiu do que mamou. Meus seios estavam tão cheios que eu já sentia aquela ardência incômoda.
Quando entrei no quarto, dei de cara com a cena: Lucas todo animadinho na frente do espelho, se olhando, ajeitando a roupa, passando perfume. Coloquei Pedro no ninho, bem no meio da cama, e virei de cara para ele.
— Vai para onde, Lucas? — perguntei, com a voz seca.
Ele nem olhou na minha cara. Só respondeu com um desdém que me deu vontade de jogar o abajur nele.
— Baile.
Baile. Ele disse com a naturalidade de quem vai ali na padaria. Eu respirei fundo, tentando me conter, porque juro por Deus, a vontade de voar no pescoço dele foi real. Mas ele, cínico como sempre, jogou a carta que sabia que ia me travar.
— Se liga no Pedro.
Ou seja: cala sua boca, não grita, Pedro está dormindo.
Coloquei os trav