O sol já estava alto quando eu terminei de me arrumar. Pedro estava quietinho no ninho, todo arrumado, com uma roupinha azul clara e aquele cheirinho bom de bebê recém tomado banho. Conferi a roupa que eu usava, certifiquei se estava prática para amamentar caso precisasse, e revisei a bolsa dele: fraldas, lenço umedecido, paninho de boca, troca de roupa, pomada, tudo no lugar.
Peguei ele com cuidado, dei uma olhada rápida no quarto e depois desci as escadas. A casa estava silenciosa, limpa, e eu agradeci mentalmente por isso. Nos últimos dias, parecia que um furacão passava por ali todo dia. Lucas tinha saído cedo, com a cara fechada, ainda cheio da raivinha de ontem à noite. Deixei para lá. Homem, né? Todos dramáticos.
Saí de casa e fui andando até a casa da Gabi. Era perto, dava para ir tranquila. No caminho, percebi o moleque que Lucas mandava sempre me seguir. Dizia que era segurança, proteção minha e do Pedro. Na real, era controle. Mas como eu também sabia o lugar onde estava