Procurei Nego Rato na quadra, onde ele quase sempre ficava. Sentado no canto, cigarro escondido, olhar atento como se cada passo fosse uma ameaça. Era o tipo de cara que todo mundo respeitava, não porque gritava, mas porque sabia demais.
Cheguei perto, sem rodeios.
— Lucas quer um advogado da facção no caso. Resolve isso para mim.
Ele puxou o cigarro devagar, deu uma tragada longa, soltou a fumaça pelo nariz. Nem pareceu surpreso.
— Tá. Vou chamar o contato certo. Vai entrar como visita jurídica. Mas... mudando de assunto. — ele soltou, com aquele tom desgraçado que já vinha com veneno — Tua mãe passou na boca ontem.
Franzi o cenho na hora.
— O quê?
— Foi lá, pegou umas paradas. Disse que era pra uso, mas mandou botar no teu nome. E o gerente lá obedeceu.
Fiquei em silêncio por um segundo, só para conseguir respirar antes de explodir.
— Vocês estão malucos? Vocês me conhecem. Sabem que eu não mexo com isso. E estão colocando coisa no meu nome?
— Cê é a mulher do Playboy. Ach