Capítulo 59

Procurei Nego Rato na quadra, onde ele quase sempre ficava. Sentado no canto, cigarro escondido, olhar atento como se cada passo fosse uma ameaça. Era o tipo de cara que todo mundo respeitava, não porque gritava, mas porque sabia demais.

Cheguei perto, sem rodeios.

— Lucas quer um advogado da facção no caso. Resolve isso para mim.

Ele puxou o cigarro devagar, deu uma tragada longa, soltou a fumaça pelo nariz. Nem pareceu surpreso.

— Tá. Vou chamar o contato certo. Vai entrar como visita jurídica. Mas... mudando de assunto. — ele soltou, com aquele tom desgraçado que já vinha com veneno — Tua mãe passou na boca ontem.

Franzi o cenho na hora.

— O quê?

— Foi lá, pegou umas paradas. Disse que era pra uso, mas mandou botar no teu nome. E o gerente lá obedeceu.

Fiquei em silêncio por um segundo, só para conseguir respirar antes de explodir.

— Vocês estão malucos? Vocês me conhecem. Sabem que eu não mexo com isso. E estão colocando coisa no meu nome?

— Cê é a mulher do Playboy. Ach
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