Acordei sozinha.
O lençol amarrotado ainda carregava o cheiro dele, mas a cama estava fria. Vazia. Estendi a mão por reflexo, procurando o corpo quente de Lucas, mas tudo que encontrei foi o vazio. Aquela ausência gritava mais do que qualquer briga nossa. Mais do que qualquer palavra dita no calor de um momento.
O quarto parecia maior sem ele. Mais silencioso. E o silêncio machucava.
Meu corpo ainda estava dolorido, entre as coxas, nos pulsos, na pele marcada pelos beijos e mordidas. As lembranças da noite anterior me invadiam em ondas, como um filme em looping, a raiva, o desejo, os gemidos abafados e os gritos abafados pela mão dele na minha boca. Sexo selvagem, bruto, possessivo. Do jeito dele. Do jeito que só um homem como ele sabia fazer, como se me fodesse para me lembrar quem mandava.
Mas agora… tudo que restava era eu. Sozinha. Sempre sozinha depois da tempestade.
Sentei na beirada da cama, o corpo nu coberto só pela sombra da manhã que entrava pela janela. Passei as mãos