Capítulo 39
O grito de Aurora ecoou pelos corredores de pedra da mansão como um facão cortando a carne da realidade. Não era um som de dor física, era algo mais profundo, mais visceral. O grito de algo sendo arrancado de onde nunca deveria ter sido tocado.
Cael moveu-se como um raio, suas pernas impulsionando-o escada acima antes que sua mente sequer processasse o comando. Jared gritou algo atrás dele, mas as palavras se perderam no rugido de sangue que enchia os ouvidos do Alfa. Seu mundo tinha se reduzido àquele grito e à mulher que o emitia.
A porta do quarto estava aberta, balançando levemente como se alguém, ou algo tivesse acabado de passar por ela. Dentro, a cena fez o coração de Cael gelar.
Aurora estava de pé diante do espelho quebrado, mas não era a Aurora que ele conhecia. Seu corpo estava rígido, os braços estendidos como um crucificado, e de sua boca aberta em um silêncio agora mudo saía uma luz prateada e negra que se entrelaçava como serpentes em guerra. Os olhos dela —