Epílogo
Cinco voltas das estações se passaram desde a Noite da Cura. O que antes eram territórios rigidamente divididos entre matilhas agora formava uma tapeçaria vibrante de comunidades interligadas. Nas planícies onde outrora sangrentas batalhas foram travadas, crianças de diferentes linhagens brincavam juntas, suas risadas ecoando como sinos sob o sol da tarde.
Aurora observava a cena da varanda de sua casa — não uma mansão fortificada, mas uma estrutura ampla e aberta construída no local onde o Berço da Lua uma vez brilhara. Suas marcas prateadas já não reluziam com intensidade, mas sim pulsavam suavemente, como a respiração tranquila do mundo. Nos braços, ela balançava uma bebê de cabelos tão prateados quanto os seus, mas com olhos dourados que pertenciam ao pai.
— Ela sonha com as estrelas — a voz de Cael veio de dentro da casa. Ele surgiu na varanda, um pouco mais grisalho nas têmporas, mas com a mesma postura imponente de Alfa. — Assim como você costumava fazer.
Aurora sorriu,