Muita gente diz que o destino já vem traçado, que tudo está escrito e que não há como escapar. Eu custo a acreditar nisso. Porque, se for verdade, então o destino anda zombando de mim desde o momento em que tomei consciência de quem sou. E sinceramente, não acho que Deus seja tão cruel ou tão engenhoso a ponto de escrever um caminho desses pra mim.
Minha avó sempre me ensinou o certo. Eu cresci aprendendo a não fazer mal a ninguém — e, até hoje, me orgulho disso. Mas, às vezes, confesso... dá essa sensação amarga de estar sozinha no mundo. E não é por falta de gente ao redor. Eu tenho vizinhos, conhecidos, até alguns amigos e parentes. Mas não é isso. É uma solidão mais funda, mais silenciosa. Um buraco aqui dentro do peito que ninguém vê.
Não quero perder a fé nas coisas. Também não quero jogar a culpa em algo maior, em Deus ou no destino, porque sei que muito do que está acontecendo é consequência de decisões humanas — nossas, minhas, deles. Mas eu ando pelas ruas feito um fantasma,