Rosemary
Ligo para Victor. Só ele pode me acalmar nesse momento! Após a quarta chamada, ele atende.
— Victor, eu preciso de você! É urgente.
— Você está bem?
— Sim, estou em casa. Tô com muito medo. Vem para cá, por favor.
— Chegarei o mais rápido possível, Rose.
Ele encerra a ligação.
Me sento no sofá e enterro a cabeça em minhas mãos.
Sofri tanto com o assédio do Estevão dentro da minha própria casa. Foram inúmeras vezes que ele passava a mão pelo meu corpo quando eu estava na cozinha, preparando o jantar.
Deixo a minha mente me levar para aquela época difícil da minha vida.
Ao terminar de fazer o jantar, começo a preparar os meus lanches. Minha mãe está pagando a moto que comprou para o marido nojento.
É sempre assim: Raquel gasta até o último centavo com presentes para o vagabundo, e eu tenho que pagar as contas com a grana que ganho trabalhando de babá. Comecei a vender lanches, no entanto, minha mãe fica com boa parte da grana.
Ela aponta o dedo para mim e fala:
— Já que mora na