Ela o encarou por um momento, em silêncio. Não havia raiva em seus olhos, mas também não havia perdão. Apenas uma verdade crua, exposta como uma ferida aberta. Seus ombros estavam tensos, e os olhos, embora firmes, pareciam carregar anos de noites mal dormidas e lágrimas engolidas.
— Não estou dizendo que você foi o culpado. — respondeu ela, com calma, mas com uma firmeza que cortava como vidro.
— Mas foi por causa de você. Por causa do nosso acontecimento. Por causa da criança que crescia dentro de mim. Meu pai nunca quis saber quem você era. Pra ele, bastava saber que eu tinha quebrado as regras. Que eu tinha me tornado... indesejável.
Vitor passou a mão pelos cabelos, os dedos tremendo levemente, como se tentasse reorganizar os pensamentos que se atropelavam em sua mente. Sentia-se afundando em culpa, mesmo sem saber exatamente como deixou isso acontecer. O peso da revelação o esmagava como uma onda que não dava tempo de respirar.
Eu... eu não sabia. Você nunca me contou. Eu te