Vitor caminhava em sua direção, com passos lentos e firmes. As mãos estavam mergulhadas nos bolsos da calça preta, e seus olhos carregavam um brilho contido — como se tentasse domar uma avalanche de sentimentos. O sol poente desenhava silhuetas douradas nas paredes ao redor, e o ar parecia suspenso entre os dois.
— Espera... — disse ele, a voz rouca, como se cada palavra precisasse vencer um nó na garganta. — Não precisa se assustar. Só queria ver a Bela... e dar um beijo nela. Posso?
Agatha sentiu o tempo parar por um segundo. O pedido singelo despertou nela um sentimento inesperado — uma onda de ternura e aceitação que vinha de um lugar que ela nem sabia existir. Seu coração se abriu, como uma flor tocada pela luz suave do entardecer.
Seus olhos, antes cheios de cautela, agora brilhavam com um espanto genuíno. Não havia mais medo, só uma certeza quente.
— Claro que pode, Vitor... — disse ela, quase num sussurro. — Você acredita que o Alexander me pediu a mesma coisa? — E afinal, voc