— Estar cego de amor pela pessoa errada pai... eu sei que o senhor está apaixonado — disse Vitor, a voz embargada. — Mas eu conheço bem a Lorena... e ela não tem boas intenções.
Fez-se um silêncio espesso, como se até as paredes da casa estivessem aguardando a resposta. O relógio de pêndulo na sala ao lado marcava cada segundo com uma solenidade cruel.
— Afaste-se dela enquanto há tempo. Acredite em me eu só quero o seu bem. Não quero impedir o senhor de amar.
completou, mais baixo, quase num sussurro.
Alexander permaneceu pensativo por um instante, ele caminha para o lado, apoiando-se no batente da janela como se precisasse de algo físico para se agarrar. Seus olhos vagaram para o horizonte, onde o céu alaranjado começava a se render ao azul profundo da tarde. O som distante de uma cigarra surgia como trilha sonora daquele impasse.
— Bem... as pessoas mudam. Não mudam? — murmurou por fim, com um meio sorriso que escondia mais do que revelava. — Eu sei que no fundo ela é uma boa