Helena Duarte
O mundo parecia pesado demais para meus ombros. Dois meses de dor intensa, de noites em claro, de lembranças que me esmagavam. Meu corpo reclamava, cada músculo, cada osso doía como se tivesse carregado o peso de todas as perdas de uma vida inteira. O ar parecia denso, quase impossível de respirar, e minha mente sussurrava pensamentos que eu queria esquecer. Talvez fosse melhor… talvez fosse mesmo hora de acabar com toda aquela dor.
O sol ainda estava tímido, filtrando-se pelas cortinas do meu quarto, quando despertei. Meu corpo reclamava, pesado da dor e da saudade, mas algo dentro de mim me impulsionava a continuar. Fechei os olhos por um instante, e fui levada a um sonho: uma visão vívida de todos que amava.
No sonho, Davi sorria para mim, segurando minha mão com firmeza.
— Você não pode desistir, Helena. Nós acreditamos em você — dizia ele, os olhos brilhando de confiança.
Ruan, pequeno e cheio de vida, corria ao redor, rindo e segurando um ursinho de pelúcia.
— Tia,