Eu sabia que aquela noite seria o meu palco. O jantar seguia com conversas superficiais, mas eu sentia cada olhar pesar sobre mim. Os conselheiros cochichavam, o pai de Salvatore mantinha sua postura rígida, e Alex tinha o olhar atento, torcendo para que o circo pegasse fogo. Dimitri e Lorenzo me analisavam, mas quando eu devolvia o olhar, desviavam os olhos, como se pressentissem a tempestade que se aproximava.
Foi nesse intervalo que meus pais chegaram. Leônidas, todo pomposo, cumprimentou primeiro os homens da Famiglia e só depois veio até mim. Ele me deu um beijo terno no rosto
— Está linda, filha!
— Obrigada, pai.
Minha mãe me abraçou apertado. Por um instante, quis me perder naquele abraço e chorar, mas recobrei a razão e lembrei da minha missão. Afastei-me com um sorriso doce. Eles se sentaram à mesa e se enfiaram nas conversas, sem imaginar o que estava prestes a acontecer ali.
Lívia entrou mais tarde, atrasada de propósito, vestida em vermelho como um lembrete cruel